Leia o desabafo feito pela apresentadora sobre o próprio programa
Amigos,
quem acompanha meu trabalho como apresentadora do Casos de Família e aqui, neste blog, estranhou os programas que foram exibidos recentemente.É do conhecimento de todos até onde vai meu campo de atuação e como tento colaborar para que o programa ofereça um pouco mais, que vá um tantinho além do simples entretenimento.Adoro comunicação popular. Não tenho nada contra entretenimento. Tenho absoluta certeza de que é, sim, possível unir cultura, humor, informação e diversão num mesmo produto para a TV.Adoro dar risada. Respostas espontâneas, rápidas, inteligentes e bem-humoradas de muitos dos meus entrevistados já me fizeram quase rolar de rir. Rir junto com eles. E não deles. Isso é que me encanta.Nos programas recentes ri muito pouco. Em alguns, uma risada tensa, desesperada até.Decidiram que algumas mudanças seriam necessárias. Gravamos, então, temas seguindo uma nova cartilha. Na minha opinião, nem todos os programas deveriam ter sido exibidos. Mas foram. O último dessa leva nova foi ao ar hoje, 29 de agosto de 2008.Isso tudo tem me tirado o sono.Sem falar mais do que devo, digo com convicção que não precisamos de mais violência em nossas vidas. Mais briga, mais confusão, mais estresse, mais bate-boca. Para quê?Estou muito constrangida. Hoje, acho que eu não deveria ter participado desses programas mais recentes. Mas já aprendi a não me martirizar, nem a me crucificar. Olhar para ontem com os olhos de hoje e se punir é burrice. Porém, esse raciocínio não faz com que meu constrangimento seja menor.Peço desculpas.Prezo imensamente meus entrevistados. Tenho o maior cuidado com eles, assim como me preocupo também com as pessoas que me recebem de braços abertos em suas casas, em plena tarde.Agradeço as inúmeras manifestações de carinho e a enorme compreensão de muitos. Agradeço, igualmente, aos que me alertaram.Preciso, também, dar uma satisfação: sou funcionária, tenho obrigações e deveres a cumprir na empresa onde trabalho. Tudo isso é verdade. Mas numa conversa muito tranqüila e educada, deixei claro que não tenho vocação (nem saúde, diga-se de passagem) para estar à frente de programas nos moldes dos mais recentes.Arrisco dizer que também não é intenção da emissora seguir tal cartilha.
Agora preciso colocar o sono em dia, regular os batimentos cardíacos e retomar a vida normal.
Regina Volpato